"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

1/4 de música #4



Mais uma quarta, mais um 1/4, um quarto de música.

Zé Renato, Rubel, Memel Nogueira, João Gilberto e Chico Buarque

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Cultivar.

Ilustração de Amanda Cass


Conviva com pessoas que façam você florescer. Que cortem suas ervas daninhas, que façam em você uma poda diária. Tenha por perto não quem te vê como um "hobby", não quem te vê como algo que passa o tempo, quem não te cultive para só colher depois um fruto...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Fique Sob o Sol da Toscana e deixe as joaninhas pousarem



Fazer escolhas, às vezes não ter escolha, ser aos poucos quebrada, desejar, sonhar, trair, ser traído, terminar, começar, planejar, recomeçar... É o ciclo da vida. Todos passam por isso um dia, e quem ainda não passou, não sei se digo que isso é bom ou ruim, porque às vezes dá uma leveza e sensação de liberdade, mas também não deixa de ter suas dores e dúvidas... Enfim, o importante é que amadurece e que pelo menos você tem história para contar e oportunidade para aprender o que é resiliência e esperança. Esperança do verbo esperar... Nunca antes tive que exercitar isso tanto quanto agora.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

1/4 de música #3


Só avisando que esse vai ser o 1/4 de música mais eclético até agora.

Big Scary, Ludovico Einaudi, Alceu Valença, Shawn James. Stratatovarius e Lenine


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Indicadores de uma amizade bacana

Eu sou uma pessoa chata, sou sorridente, brinco, não sou reclamona (não o tempo todo), mas sou meio complicada com relacionamentos de amizade. Eu não sou de ficar sempre perto, sempre presente, sempre sabendo de tudo, às vezes isso é ruim, mas não me culpo mais tanto por isso, afinal, tanto existem momentos em que a vida não permite como também momentos em que realmente não se está a fim, e eu sou da porcentagem de pessoas que não fica a fim várias vezes, por ser assim, sou super compreensiva quando as pessoas não estão a fim para fazerem alguma coisa por mim ou comigo também.

Como quase tudo, sistematizei a forma como vejo essas relações, e tenho minhas questões sobre elas também:

1. Eu me sinto à vontade para compartilhar as minhas coisas? Tanto as boas como as ruins?
2. Ao compartilhar, que tipo de feedbacks recebo? De apoio e exortação ou de reprimendas (que é diferente de exortação)?
3. Saímos juntos?
4. Mas se não saímos, o afeto continua (lembrando que é preciso sim sair, mas isso respeitando a frequência afetiva de cada um)?
5. Há cobranças?
6. As atividades começam a ser mais "por obrigação" ou para evitar brigas do que pela vontade de estar perto?
7. Você cresce pessoal/espiritual/intelectualmente com esta relação?

Transformei cada questão num indicador e divido aqui minhas conclusões com vocês:

1. Sentir-se à vontade para compartilhar suas coisas.
Numa relação de amizade há espaço para sinceridade, honestidade e compartilhar. E isso é recíproco. Você deve sentir-se à vontade para isso, caso contrário, é bom refletir se é uma amizade mesmo ou só a companhia nos momentos legais. Compartilhar é extremamente importante, você insere o outro em sua vida, honra as pessoas com informações que você não dará para qualquer um e vice-versa, fica realmente feliz com a felicidade do outro e não é uma competição, é alegria dobrada! O mesmo vale para a tristeza. Acompanha o crescimento e amadurecimento do outro nas diversas áreas da vida e conta esta história, a sua e a dele, com alegria, mesmo com os momentos ruins.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Peças quebradas não montam quebra-cabeças.


Não se trata de simplesmente querer ficar só (saber que precisa) ou deixar de fazer certas coisas por uma certa pressão religiosa, querer obedecer os "padrões" impostos ou qualquer coisa assim. Cada vez mais eu respeito esse padrão, porque quando eu desobedeci me tornei o que estou agora. E é difícil conviver com seus monstros e lembranças, culpa, medo, angústia, vergonha e desejos. Não se trata de eu ter sido vítima algum dia, de alguém ter chegado e destruído alguma coisa, roubado um pouco do que eu era, pode acreditar, nunca fui santa. Não se trata de eu ser mulher e ter sido abusada de alguma forma, não se trata de não terem me instruído, não se trata de nada disso. O lance é o seguinte: não importa o que fizeram, importa o que eu quero que façam. Importa que vira um vício.

domingo, 20 de setembro de 2015

Jardim [poesia-tentativa]


Jardim

O que fizeram da gente?
O que fizemos de nós?
Que nós são esses que atamos?
Que laços são esses que não fizemos?

O que fizeram comigo?
Que partes de mim me deixaram?
Que partes novas para mim trouxeram?
O que levaram?

O que fazemos de nós?
O que fazemos a sós?
O que ganhamos ao dizer não?
O que perdemos ao dizer sim?

O que queremos para um, para dois?
O que fica com a solidão?
Quem se descobre?
Quem se encolhe?

O que morreu em mim?
Que parte vai reflorescer?
Onde estão minhas ervas daninhas?
Onde estão minhas amadas feridas?

Steffi.

The Goldfish Window - Childe Hassam

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ainda [poesia-tentativa]

El Suspiro - Decur

Ainda 

Rodeados de fios
De redes
De setas e telas
Botões e apagões
Ainda é possível

Ainda é possível
Aconchegar
Abraçar
Querer
Ter
Ser

Ainda é visível

O amor
A dor
O riso
p e r i g o s

Ainda é existente

O medo
A raiva
A angústia
Solidão

Ainda é raro

E caro

O abraço
A lembrança
A verdade
A alegria

repentinas
pequeninas

É uma música
Um conto,
Crônica, poesia...
Textos.
Palavras.

Uma peça
Um filme
Um ensaio
Ainda é possível ser gente


Steffi de Castro

Ceia de lágrimas

Eu fiz um super resumo em outra rede sobre o que vou contar aqui com um pouco mais de detalhes e vírgulas. Pra quem não sabe, sou cristã. Pra quem não sabe, sou protestante. Tradicional (não significa conservadora). E não sou batizada, embora tenha virado protestante já desde os 15 anos. Por quê?

Primeiro: nunca me liguei com isso logo que tive consciência da minha relação com Deus, nunca me senti pressionada, nunca senti a "necessidade", nunca fui atrás, até me perguntaram algumas vezes, mas, enfim, por alguma questão, isto nunca foi pauta. Sou batizada na igreja católica, mas isso rolou quando eu tinha 3 meses (sem consciência alguma) e o batismo da igreja católica tem uma tonalidade bem diferente do protestante por questões teológicas bem mais profundas (batismo regenerador ou não e etc., não convém falar disso agora).

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

1/4 de Música. #2

Quarta de música :)

Milton Nascimento, Magic Giant, Chico Buarque, Gonzaguinha, Motel 11-11, Música dos Dois e Luiza Possi e Alceu Valença.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Cortando nossas asas.

As pressões são muitas: passar numa universidade pública, para um curso "bom", formar-se com glórias nesse curso, encaixotar sua agenda com tantas atividades acadêmicas para provar que você é alguém que está correndo atrás, para demonstrar que você é interessado (mesmo que muitos eventos nem interessem, só valendo a carga horária mesmo...)... Fazer uma monografia boa, com um tema relevante e no tempo certo. Defender esta monografia. Tirar 10. Ou pelo menos 9,5 (o que já é horrível!). E aí... Procurar emprego ou se engajar na corrida de um mestrado... E ainda assim postar nas redes sociais que está muito legal, que você não está cansada nem de saco cheio da vida, nem enjoada das pessoas e que você é interessante, divertida, inteligente... Mesmo que a verdade seja que você só anda lendo as mesmas coisas sobre os mesmos assuntos faz maior tempão.

Eu não tenho saco para isso. Definitivamente. Consigo nem fingir. Muitas vezes sinto uma dor na consciência. Penso que deveria ser mais engajada, deveria ser mais eficiente, deveria participar mais e etc. E acho mesmo que deveria tudo isso, mas não consigo também não pensar que eu se eu saísse por aí fazendo isso com qualquer coisa eu só estaria me doando para muitas coisas que nem sequer me fariam bem.

Ilustração de Maio Martinéz

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Saiba conversar

Mas, afinal, o que significa saber conversar? Quem consegue fazer isso tem um milhão de amigos e conquista pessoas e sucesso, como sugerem manuais à venda nas livrarias? Estabelece conexões consistentes? Nesse gesto de estar com o outro, qual o papel da presença, da espera – afinal, nem todo mundo está pronto para falar quando desejamos –, da escuta, do silêncio? Pois é. A partir dessas perguntas e outras mais, comecei a trabalhar o texto que você lê agora. Na vitrola, os versos de Aldir Blanc me lembravam (uma outra canção) que “Amigo é pra essas coisas”: Salve!/Como é que vai?/ Amigo, há quanto tempo!/Um ano ou mais/Posso sentar um pouco?/Faça o favor/A vida é um dilema/Nem sempre vale a pena/O que é que há?  
Recomendo a leitura do texto "Saiba Conversar", na íntegra aqui.

Ilustração do Jay Fleck

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

1/4 de Música #1

Toda quarta, música boa. Essa é a ideia. Já faz duas quartas que compartilho alguma música que gostei muito na semana e etc., mas acho que vai ser legal colocar aqui no blog mesmo. Hoje vai ser mais de uma :)


Gonzaguinha, Leon Bridges, Asaf Avidan, Passenger

Privatizando-me

Ela está passando por uma fase de "selecionar" seus interesses e tentar "minimalizar" sua existência. Começou pelas redes sociais. Deu uma louca na sua cabeça que decidiu fazer uma "Lista" de pessoas com quem gostaria de compartilhar sua vida todos os dias, mais especificamente, suas fotos, tanto dos momentos "sagrados" como dos "profanos". Parece uma coisa boba, não é? Pra ela foi um exercício de "autoconhecimento" e "privacidade" maravilhoso. Pense bem: por que você quer mostrar a todos o que está fazendo? Qual a necessidade real de alguém saber que você saiu com uma amiga ou amigo?

Percebeu que não queria nem havia necessidade de todos os "amigos" do facebook saberem do que e com quem estava fazendo qualquer coisa que fosse. Não era famosa, e mesmo que fosse, daria uma de Larry Mullen Jr. achava. Então foi limando uma galera... E realmente ficou uma população bem pequena, deixou apenas família e poucos amigos. Essa parte dos "poucos" amigos foi bem difícil pra ela, mas fez e se sentiu liberta! Agora podia ser quem era!

"Internet and privacity" - Ilustrações de Leonardo Flores

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Mary escreve.

Ontem ela não resistiu e foi olhar uma foto dele. Ficou triste. Abalada. Por alguns instantes viu o sorriso daquela foto lhe olhando e mostrando tudo o que não teve nem poderia ter. Viu seu sonho se realizando num futuro próximo com outra pessoa, de outra maneira. Não se arrependeu. Sabia que não era seu, que não é para si, sei que era para ser assim. Mas entristeceu.

Ver o seu sorriso ao lado daquela criança tão bela foi desesperador. Trouxe-lhe à memória todas as sua falhas, imperfeições, erros do passado e medos do futuro. Ainda hoje ele a faz chorar, ainda hoje ele lembra de tudo o que ela é e o quanto não consegue arcar com isso. Ainda hoje, depois de tanto, depois de tudo, ela lembra e só percebe o quanto há de desordem na sua aparência bem resolvida.

Refletiu e decidiu ver bem mais para trás: não enxergou uma infância tranquila, uma infância bonita. Procurou colocar nisso a culpa para tanta amargura e embora fizesse sentido, desistiu, pois colocar nessas coisas a responsabilidade de serem a fonte das suas dúvidas também não seria fácil de lidar e ela não quer lidar com mais nada.