"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

domingo, 30 de junho de 2013

O (des)apego (des)carrega, meu bem.



Deixa eu te contar uma coisa que o tempo e as amarguras fez com que eu, jovem e pequena, aprendesse:

A primeira é que não existe nenhum erro no mundo que um ser humano não possa cometer. Isso serve pra mim e pra todos nós. Como eu lido com isso? Não é fácil. Eu não crio mais expectativas sobre ninguém, ou pelo menos tento. Não afirmo mais nada sobre as emoções alheias, ou pelo menos tento. Isso é bom tanto pra mim, que não sofro tanto caso façam algo que me magoe, como para os que estão ao meu redor também, que se verão livres do peso de terem que, por alguma razão idiota, demonstrarem algum tipo de sentimentalidade para com a minha pessoa além de que também não se sentirão pressionados a estarem presentes na minha vida por "amor".  Também não fico me colocando em situações tentadoras querendo testar minha resistência, já aprendi na marra e no ato, que resistente é o que eu não sou.

Queridos, o coração do ser humano é tão enganoso, a mente dos mais normais é tão neurótica, que pode acreditar, alguém que te "ama" pode do nada te odiar de uma hora pra outra! De uma palavra pra outra. Não a culpe, ela é humana, só podia ser assim mesmo. Isso é bom também porque eu passo a compreender melhor as pessoas, inclusive as que me feriram em algum momento da minha vida. Além de que eu me retiro desse lugar de importância na vida alheia e aceito a minha pequenez, aprendendo e continuando na minha luta pelo "negar-me".

Instagram Photos
Começando desta triste, mas libertadora verdade, chego à segunda conclusão: ninguém é necessário pra ninguém. Aqui não afirmo que não "precisamos" do próximo. Somos seres sociais e não tem pra onde correr. Eu preciso do meu próximo, mas não dependo dele emocionalmente. Ou não deveria. Eu tenho minhas carências e fraquezas e nunca, nunca, nunca vou achar alguém que supra todas elas. Só Deus mesmo pode tampar qualquer buraco de alma depenada dentro da gente, porque ser humano nenhum pode te completar. 


E como poderia? Se sou tão incompleta assim, não é porque quero aliviar minha barra que digo com certeza que o outro também é. Como alguém mais ou tão incompleto quanto eu pode me saciar? Pode me oferecer tudo isso que eu não tenho tampando todos os males de faltas desconhecidas que eu tenho? Nem psicólogo nem psicanalista nenhum resolve esses tipos de problema pra sempre, o que se faz é fazer o outro ali chegar à conclusão de que essas coisas são assim e pronto e fazer com essa pessoa agora pense: "tá, e agora, o que eu posso fazer?". O que eu posso fazer? Eu acho que eu posso me relacionar sem esperar que o outro me dê o que não tenho e entendendo que ele é um comigo, mas é um "sem migo" também.

Aprendi também que não gosto nem quero que ninguém sofra por mim. E isso pode ter lá sua dose de altruísmo, mas a verdade é que na maioria das vezes me enoja e me passa a sensação de fraqueza e dependência emocional, e o pior de tudo: eu me preocupo, eu fico com raiva, mas fico preocupada e fico achando que tenho responsabilidades para com aquela pessoa. 



olheosmurosAprendi também que eu sou capaz de não acreditar no que disse O Pequeno Príncipe (livro que, por sinal, nunca li): "Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas". Eu posso cativar alguém e aí fico eternamente responsável por ela?! PERA LÁ! É muita pressão! E quem disse que eu queria cativar alguém?! Sinceramente, acho que ninguém é responsável pelo ato de ninguém. Devemos sim nos importar com os sentimentos alheios e as opiniões também, afinal de contas tô no mundo e não tô sozinha, mas não a ponto de me tornar responsável pelo outro, ser o motivo do outro fazer isso ou aquilo. Não, isso não aceito.

Por muito eu me prendi em certas situações por pensamentos do tipo: "mas se eu não tiver lá, ele isso", "se eu não fizer isso, ele isso", "se eu não puder dar isso, ele isso"... Eu só esqueci que o "isso" era dele e não meu! Que quem ia fazer o isso era ele e não eu. E que isso podia acontecer independente do meu mas e que não dependendia do meu se!

Aprendi também que, mesmo depois disso tudo, eu quero alguém também. Ou não. Aprendi também que eu devo ter algum problema, porque todas as namoradas dos meus amigos são ciumentas e eu nem me importava quando o meu ex saía. Então foi isso! Achei o erro! HAHA Só que não. Eis que te digo, estou tão dura e empedrada que qualquer gracejo fofo, sorte a sua. ou não. Acho que não. Melhor não mesmo. 

Nenhum comentário: